segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Eu sei lá, sei lá!

Achamos que conhecemos toda a gente que anda a nossa volta, achamos que temos resposta para tudo, achamos ainda que há coisas que só acontecem aos outros. Mas não é verdade nunca se conhece ninguém verdadeiramente, nunca haveremos de ter resposta para nada e há dias em que os outros somos nós. São essas respostas que me faltam, mas as perguntas não são formuladas todos os dias sempre que vemos o problema de outra maneira, que nos debruçamos no assunto. Mas faze-las a quem? Porquê? Porquê? Continuam as conversas, continuam as mensagens, continuam os risos, as cumplicidades! Mas só isto continua! Continua tudo isto e a situação de estranheza que nos envolve quando a seguir ao adeus não pode haver um "Amanhã a que horas e onde?". Não pode haver, porque Portugal na sua pequenez é grande e o Sul e o Centro\Norte ou como lhe quiserem chamar, continuam divididos! Apenas ligados por uma qualquer autoestrada no meio de tantas outras! Digo com sinceridade "não sei", digo com sinceridade "sei"! E digo uma imediatamente depois da outra, porque com sinceridade digo que a minha opinião varia de segundo a segundo. Preciso de provas físicas, provas de que tudo vale a pena, e não, a minha alma não é pequena. A minha alma é grande e por ser grande dá vida a todo o tipo de dúvidas e de incertezas. Será que um dia vão ter fim? Será que vai tudo acabar comigo fechada num quarto a chorar e com as minhas amigas a impingir-me álcool para afogar as mágoas? O problema, o grande problema é que as minhas mágoas sabem nadar! Nunca me achei pessimista. Mas começo a duvidar das minhas certezas! Não posso dizer que acredito no amor e numa cabana! Não posso dizer se é amor! Mas posso dizer também que não é amizade! Estou bem! Sim, não estou triste nem nervosa, neste momento. Mas no momento a seguir tudo pode mudar, tudo se pode tornar numa espera maliciosa pela chegada da próxima mensagem, ou pela resposta a uma provocação que se começa a tornar em algo sério. Sim, demoro muito tempo a formar uma opinião e a impedir que essa mude! Mas como é que essa se pode manter? Depois de tudo o que se ouve e nada se vê, nada se sente (literalmente nada se sente). Será para a semana, será para a semana que vou perceber, que vou por fim a todas as minhas dúvidas? Será neste mês? Se não for acabou! Mais uma vez desisto e agora sendo mesmo "fiel às minhas palavras".

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Tu em Erasmus, eu em Portugal

Passei horas em frente a um computador… Passei horas em frente a um computador para saber o que te dizer! É tão complicado, sim falamos de “porta a porta”. Mas no momento de te dizer tudo aquilo que me apetece de uma só vez falham-me as palavras. Falham-me as palavras para te dizer que vais para Erasmus, para te dizer que vou sentir a tua falta. Para te dizer que és o melhor que alguma vez me aconteceu.
Foi uma amizade programada! Foi uma amizade programada que correu muito bem! Que não foi só por nos terem “obrigado ” a conviver desde que me lembro, que hoje temos o que temos. Não, não foi só por isso! Foi porque realmente somos muito iguais e não há volta a dar a isso.


Agora como escrever todas as nossas semelhanças e diferenças de uma só vez? Se calhar não é preciso porque contra factos não há argumentos! Se calhar, basta reforçar a ideia de que és uma amiga única e que me rio contigo de maneira a que o mundo inteiro ouça! Não me lembro de não te conhecer mas também não me lembro de te esquecer. Embora me lembre de discussões pouco sérias e adultas que acabavam sempre com sorriso reconfortante.


Muitas vezes são-nos atribuídas as asneiras mais horrorosas, mas eu não consigo deixar de pensar nelas como os momentos mais maravilhosos e divertidos (sim, tenho dificuldade em aprender com os erros!). Da mesma maneira que a nossa amizade não foi baseada na superficialidade da forma mas sim na profundidade das vivências, hoje conseguimos não atirar água às pessoas que passam na rua e pisar o risco à mesma! Sim, quase matámos um bebe, mas o que é isso ao pé das gargalhadas que damos cada vez que se conta a história? Sim, partimos um prato do vizinho com uma fatia de pizza, mas também roubamos um sutien e umas cuecas à Sd. Guilhermina em proveito do meu futuro enquanto detective! Crescemos e as asneiras não podem ser assim contadas porque “what happens in vacations stays in vacations”!


Contudo, às vezes as gargalhadas falham, até porque eu e tu somos as nossas maiores críticas. Por isso, fico feliz quando recebo o teu olhar de aprovação, quando me dizes que estou errada quando faço filmes a mais na minha cabeça, ou em conjunto e bem do fundo do nosso orgulho admitimos que estamos erradas!
Tu és a amiga incondicional, que deixa marcas (e não no sentido figurado). As crianças que fomos ficaram a meio da viagem. Deixamo-las lá para podermos ser quem somos, mas cada vez que tenho dúvidas volto ao passado e recebo um retorno sábio.
Este texto está escrito, diria a tua avó, “sem coesão e organização”. Mas não é assim que dizem que nós somos? Duas “calinas” que se entendem e que percebem que quando uma diz que a batata frita parece “o corneto em forma de torta”, se refere ao Vianeta. Que quando uma diz “é óbvio que não, tu conheces-me” o que realmente quer dizer é “é obvio que sim nem sei como alguém tem dúvidas”.


No fundo crescemos juntas e no fim de contas vamos passar mais tempo uma com a outra do que com qualquer pessoa. Temos mais histórias para contar do que alguém que tenha vivido 100 anos (espero que já as saibas traduzir todas para Italiano).
Nestes seis meses que se avizinham, cada vez que entrar numa discoteca vou-me lembrar do nojo que nutres pela espécie masculina que insiste em usar manga cava e havaiana! Cada vez que passar no marco de correio vou-me lembrar de toda gente que eu fingi que conhecia (até que um dia a brincadeira correu mal). Cada vez que for a Salgueirais vou-me lembrar das “sandochas”, e por aí fora… Depois, quando tiver a idade dos nossos pais e achar exagero “falar de porta a porta” ou achar que já “somos demasiado adultas para…” cada vez que for a Roma, já sem ser em low cost e já a achar terrível dormir no chão, vou-me lembrar de…?


A amizade é um caminho difícil de percorrer. Nesta estrada obscura e cheia de muros não é de estranhar a necessidade quase imperiosa que temos uma da outra, o desejo de falar e de estar presente nos momentos mais importantes. Por isso, bem vistas as coisas e lembrando a lógica filosófica; Se a amizade é um caminho difícil de percorrer e se todos os caminhos vão dar a Roma. Então a nossa amizade vai ser difícil em Roma? É difícil percorrer a nossa amizade até chegar a Roma? OK, Filosofia nunca foi o meu forte!

Beijinho e boa viagem,
Amico di perizoma

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Percepção da amizade

É incrível a percepção que se tem da amizade. São agora 3.51 e acabei de ter uma conversa com uma amiga que me deixou completamente abananada. A questão é a seguinte, do grupo de amigos todo, sempre me dei bem com ela, nunca tive a menor duvida que fosse minha amiga, e uma grande amiga. Mas as nossas conversas de assuntos pessoais sérios, só as duas, acabavam brevemente e nunca sortiam grande resultado. Mas hoje, e depois de ela ter descoberto o meu blog, falámos e falámos muito! Falámos tanto que ela conseguiu dizer-me o que e não tinha coragem de assumir. Mas para falar disso, tenho que voltar à outra história da percepção da amizade! E o amigo em questão é o mesmo. Sim, as conversas continuam e duram horas. As cumplicidades, os insultos e os petit-noms carinhosos crescem a uma velocidade espantosa. Tanto é que às vezes quero correr, abrir a porta correr e estar com ele. Mas outras, outras... Outras ponho em causa tudo, começo a perguntar se não será arriscar demasiado, se não irei sair magoada. E depois, depois tento convencer-me que a piada é essa! Entrar no bloco operatório e sair suja de sangue, ir à guerra e levar um tiro de raspão. Quase morrer, mas no ultimo segundo ser salvo! E o que a minha amiga me deu a entender foi isso! " WHATEVER HAPPENS, HAPPENS FOR A REASON." disse-me ela! Do que eu depreendo: qual é a piada se viver se não for para sofrer, para rir no fundo, para viver! Vou à guerra e mesmo que leve um tiro vai ser só raspão, não me vai matar!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

É diferente quando somos nós

Numa versão mais soft é claro! Até porque não sou parte integrante de um casal, mas começo a perceber esses cineastas que demonstram tão bem a necessidade de se ouvir uma última vez a voz do outro, de se ler o que ele tem a dizer e de aproveitar todos os segundos enquanto as coisas estão bem. Hoje passei a situação mais caricata depois de uma conversa de horas as despedidas demoraram 20 minutos. E não, não estou a exagerar. Mas o mais estranho é que não sei o que se está a passar. Não percebo esta necessidade imperiosa de comunicação, de conhecimento do bem-estar do outro uma vez que não namoramos... Só sei dizer como é bom ouvir às 2.06 "vou dormir baby" , entretanto blabla bla eram 2.32 e ainda estávamos em despidas... Alguém me pode explicar o que é que se está a passar aqui ??

Ano Novo (L)

Fui surpreendida na passagem de ano. E ao contrário do que poderia imaginar gostei muito da surpresa. Ao contrário do que se possa imaginar gosto, alias adoro, do que adveio da surpresa. Conversas e mais conversas! Infindáveis conversas que tiraram o lugar ao silêncio ensurdecedor. Cumplicidades em vez de um pedaço de balalelas ditas depois de muita ponderação e com muita cerimónia. Risos sinceros e não de circunstância, elogios e um bluff tão mal feito que os dois percebem qual a realidade! Sem dúvida houve uma evolução! Ano Novo, amigos velhos! Agora ela sabe que quando diz "Sim jantamos!", não está a mentir não está à procura de um desculpa esfarrapada para não ir. A única coisa que procura é esconder o sorriso parvo, respirar fundo e dizer "Jantamos porque eu gosto de estar contigo. E fico triste se não me mandas uma mensagem durante o teu intervalo de estudo!" Vamos ver se ela se vai dar bem, se ele a vai magoar ou se ela vai ficar confusa e estragar tudo!