segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

(In)Justiça

Justiça e Injustiça duas palavras, dois conceitos que se cruzam todos os dias. Vivemos num país onde estas duas ideias andam sempre a gravitar em nosso torno. Seja quando se fala da sociedade, da política, do futebol etc. Ou somos alvos ou somos vítimas, ou somos somos actores.

Mas será justo dizer-se que alguém é injusto? Não é injusto considerar algo justo por oposição a algo injusto?

O que é a justiça? É assim tão fácil de definir como o acto de se abrir um dicionário passear nas páginas enquanto se canta o abecedário? Não será injusto para as outras palavras passarmos por elas sem nem sequer ligar? Passa-se por australopiteco, dá-se uma gargalhada, enquanto o pobre do alguidar olha para nós de soslaio porque não nos rimos com ele. Claro está; só não olhamos para este por ter origem árabe. E incorremos logo numa atitude discriminatória. Somos, portanto, injustos.

Dá-se o uso a estes dois conceitos com a mesma leviandade com que se bebe um copo de água. Não há regras, não há jurisdição no que diz respeito ao uso da gramática. Do meu ponto de vista, de tudo o que se abusa se vai tornando um peso cansativo ao qual é retirado valor fundamental.

Dou valor ao equilíbrio, à equidade como acho difícil alguém dar. Durante toda a minha vida procurei incesantementea busca pelo valor fundamental de justiça. A minha educação ensinou-me o respeito e a tolerância como os comportamentos base e fundamentais para a atingir. Como herança o meu pai deixa-me diariamente a ideia de que justiça "é tratar igual o que é igual e de maneira diferente o que é diferente". Da minha mãe recebo os comportamentos sempre justos e democráticos com que trata os quatro filhos.

Enquanto adolescente não acreditava nestes dois princípios e todos eles me pareciam máscaras para esconder as injustiças de que era vítima. Com o passar dos anos, fui-me apercebendo que nada podia estar mais correcto e fui-me apercebendo que o mundo incorre repetidamente em erros ao querer tratar todos da mesma maneira.

Vivemos num mundo que atravessa a fase do armário? Que ainda não ultrapassou a puberdade  e que por isso, ainda não atingiu a idade onde realiza que tem que tratar todos de maneira justa?

Conversas

A: O meu professor de história é cego.

 Eu: (em jeito de brincadeira e numa tentativa de a apanhar desprevenida e obter uma confissão) Assim podes copiar à vontade!

 Estava enganada. Resposta na ponta da língua.

 A: Não, o não-sei-quantos tentou e a cadela ladrou!


 Tem os meus genes, estão lá todinhos. Já não é a minha pequenina. Tem jeito de menina vaidosa, consegue ser muito meiguinha de maneira a influenciar todos os que estão à sua volta. Como cresceu... Nunca foi "só" uma prima. Vi-a nascer, estive com ela quase todos os dias, dei banhos, papas, mudei fraldas, (quase) dei palmadas. E agora está uma matulona  a arrasar corações! A dizer piadas e a exigir o que quer, que já não tem "paciência para isso, é para bebes". E eu? Encolho os ombros e penso o que posso fazer com a minha bebé sem que ela se aperceba que é a minha bebé!

sábado, 17 de novembro de 2012

Depois deste interregno, há coisas que não vão fazer sentido para aqueles que me seguiam antes.

Uma delas é que ganhei coragem! Pois é meus caros, finalmente fechei a boca! Não digo que tenha sido fácil. Mas foi assim, rapidinho e de um dia para o outro.

 Escusam de estar já a dizer que é mais uma das minhas dietas que apenas vai durar um mezinho até me aparecer o primeiro Mc Donald's à frente! Percebo que o digam, não se preocupem, é sinal que são pessoas inteligentes!

 Mas como tomei eu esta decisão? Como foi possível cortar relações com a minha amiga de tão longa data? Fácil e limpinho! Vão viver para Itália, comam pasta todos os dias, bebam alcool todas as noites, gelados com todas as refeições (...) {OH MEU DEUS AS MEMÓRIAS} (...)!! Em suma, engordem 15kg, não entrem em nenhuma roupa na cidade da moda e depois vão ver como é fácil tomar esta decisão!

 Eu tinha duas hipóteses, ou começava a dieta ou continuava a comer até não me levantar de uma cadeira como esta senhora! Como tenho muito amor à minha vidinha, aos meus órgãos vitais e prezo muito a minha futilidade, optei pelo peixinho. Exactamente, isso que ouviram: Peixinho! Estou há quase 6 meses de dieta a comer Peixinho! Não há carne, nem hidratos de carbono, não há gorduras a não ser o azeite, acabei com os lacticínios, a não ser o próprio do leite magro (200 ml\ dia).

 E resultados?? Estão à vista! Emagreci tudo o que ganhei enquanto tinha vida de lontra, e mais um bocadinho! Sinto-me bem como já não me sentia há muito tempo.

Aconselho a toda a gente e aqui fica a listinha de alimentos permitidos :
 . Leite magro (200 ml \ dia)
. Chá .
.Café
 .Peixe (cozido, grelhado, assado sem gorduras)
 .legumes
 .Verduras
 .Fruta (em grandes quantidades)
. Sopa sem bata (a base da sopa é feita ou com abóbora ou com cenoura! NUNCA MISTURAR AS DUAS)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Passou algum tempo.
Não tinha a certeza se devia continuar a escrever aqui ou se devia criar um novo blog.

 Há claramente uma diferença abismal na maturidade e no crescimento da autora!

 Após reler e corrigir os posts anteriores, consegui por a vergonha de lado e ficar orgulhosa por ter crescido. Por pensar hoje em dia em tantas coisas de maneira diferente. Por tanta coisa ter mudado na minha vida. Mas, no fundo, continua tudo na mesma.

 Depois de alguma ponderação optei por manter este blog para que tem servido até hoje. Isto é, um cantinho de desabafos, de pensamentos aleatórios e esquizofrénicos  Para relatos do dia-a-dia. Para coisas menos e mais sérias.

 Continuará a ser um blog anónimo para conseguir ter toda a liberdade e falar da minha vida e da vida dos outros sem preconceitos ou pruridos.

 Não obstante, vou criar um outro blog. Onde assino com o meu nome, onde ao contrário do que havia pensado, não farei um comentário político. Mas sim, e como preparação para o futuro, irei fazer peças jornalísticas. Este irá continuar, depois de um ano e meio de descanso.

 Foi uma licença sabática para crescimento da autora!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

2 de janeiro (Parte 1)

O dia começou bem acordo tarde quase que perco o autocarro que me trouxe a Lisboa. Depois de uma luta para não adormecer durante a viagem madrugadora, os meus olhos não resistem, embora o livro de Kissinger apresentasse uma ofensiva bastante eficaz. Já em Lisboa, e carregada de malas, saquinhos e tralhas penso na resolução de Ano Novo de poupar mais e abarbo à ideia de apanhar um Táxi até casa. Claro que o meu passe tinha de ser solidário com os maquinistas do Metro e decide não funcionar. A prontidão dos funcionários espantou-me, mas espantou-me também o seu rigor ao exigirem o talão de carregamento. Onde tinha eu um talão de carregamento de Dezembro? Toca a por tudo no chão a abrir bolsos, e bolsinhos até que o granjeado aparece. O que vale é que os alfacinhas ainda não se lembraram que já "troikaram" de ano e que a tolerância de ponte que o Governo não deu já terminou e que por isso já deviam estar a trabalhar. Resultado, segunda-feira, hora de ponta metro vazio. Os únicos passageiros tinham sacos, muitos sacos com grandes letras que ostentavam marcas e claro a palavra "saldos". Chegada a casa, não há chave. Depois de ter tocado em todas as campainhas, nem a porteira me salva. Sem dinheiro no telemóvel e com a polícia a vedar o acesso à caixa de multibanco mais próxima que deviam ter tentado assaltar; decido fazer uma nova investida. Passados 20 minutos, um divino "abre-te sésamo" do vizinho do terceiro andar permite-me finalmente começar a produzir. Isso pensava eu, desfazer malas por coisas em ordem, a amiga que liga a chorar; o arroz que se tem que comprar para o almoço e nesta brincadeira são 16h ainda não há almoço feito. Faz-se uma coisa muito rápida, pega-se no copo, prato, computador e "ahh maravilhoso sofá que saudades eu já tinha". Brasil? Eu não estava no Brasil, estava em Lisboa. Estava e estou! Deitada a dormir no sofá são horas de jantar não peguei num livro. Toca a levantar fazer greve ao jantar e começar a produzir. (continua)