domingo, 23 de novembro de 2014

O meu trabalho e outras paixões

Fazer-se o que se gosta. Houve um filósofo (agora não me lembro quem exatamente) que disse um dia: "faz o que gostas e não trabalharás um único dia na tua vida". Não podia ter mais razão, fazer-se o que se gosta é uma benção a que muitos não têm acesso. Eu tenho a sorte de o poder fazer, todos os dias apaixonar-me quando chego ao trabalho, todos os dias entrar de sorriso na cara e sair com o coração a palpitar. Fazer o que se gosta é bom, é maravilhoso e permite-nos alguns luxos que outros consideram uma loucura.

Este fim-de-semana estava num jantar para celebrar um março importante do jornal para onde trabalho, depois de um dia intenso de trabalho onde muita coisa correu mal e onde se sentiu a vantagem de se ter uma equipa a almejar os mesmos objetivos, a ceia decorria bem regada. Trocavam-se piadas embriagadas e decidia-se o lugar onde se continuaria a festa. É no meio de uma noite fria apenas aquecida pelo álcool que nos corria no sangue que se ouve:"o Sócrates foi detido".

Estávamos em direção ao bairro alto, quando soubemos a notícia ironicamente parámos à frente da PGR munidos dos nossos telemóveis e da nossa lista de contactos. Aquele era o momento. O nosso corpo começava a trocar o álcool pela excitação do momento. Há uma equipa que se disponibiliza quase imediatamente para ir para a redação. Eu fui um deles. Como não poderia ser? Foi quase num ímpeto, uma reação pavloviana que me fez querer estar ali. Aquele era o momento. Foi por aquilo que eu trabalhei. Foi para aquilo que eu estudei. Aquilo é a minha vida. 

Fazer o que se gosta é abandonar uma festa para se ir trabalhar e isso tornar-se numa festa ainda maior. 

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