sábado, 17 de janeiro de 2015

O dia da amizade

Os sábados à noite são normalmente noites de jantares com amigos, noites de idas ao teatro com amigos, noites de saídas com amigos, mas há uns que não são nada disso. São apenas noites de amigos. Hoje é um desses sábados. Dos sábados que eu adoro. 

Lá fora a chuva ouve-se violenta a bater no chão e no telhado. Cá dentro canta o Rui Veloso, e nós vamos acompanhando quando levantamos a cabeça dos livros. Fazemos pausas para partilhar vídeos  , as gargalhadas são interrompidas pelo vento que tenta entrar pela janela. 

Às vezes pomos os phones, quando precisamos de mais concentração, e ficamos sozinhos no meio uns dos outros. Hoje é sábado, o meu dia preferido da semana. Hoje não fui sair. Hoje é sábado, e comecei, finalmente, a escrever a tese. Hoje é sábado e estou na melhor companhia possível. 

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Dead f*ck#ng Combo

Obrigada dead Combo por estarem a ser mágicos para mim. Por mais desconcentrada que esteja basta por os phones e começo imediatamente a escrever, sem interrupções. Belas prosas, belas notícias.

Só ainda não resulta para a tese que tenho escrever, eu disse magia não disse milagre. Mas, verdade seja dita, ainda nem tentei. 

Adeus. Vou por os phones que o mundo não para como eu.

Recuperar os pertences

Empreendedores deste país há um nicho de negócio onde podem investir, eu dou a ideia e nem preciso de royalties, nem nada.

Criem uma empresa que permita despachar encomendas depois de uma relação estar terminada. É que a quantidade de tralhas que uma pessoa consegue deixar na casa da outra atinge níveis astronômicos. E para devolver o drama do costume: 

. Mas eu não quero estar com ele.
. Devo convida-lo para um café? 
. Se calhar peço-lhe para mo levar ao trabalho, e assim nem o tenho que ver.
. Eu aguento sem a camisola. O relógio é que lixa tudo.
. Vou pedir que dê a uma amiga.

E depois é sempre isto, o mesmo dilema. Encontros desconfortáveis para trocas de caixotes. Os slogans já me estão a vir à cabeça, nessa parte ajudo com prazer - mais uma vez pro bono. Devo avisar previamente que envolve a repetição da palavra pacote. 

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Oh pra mim versão Bobone dos transportes públicos #1

Se ultrapassar um passageiro para lhe roubar o lugar, ao menos ande rápido para o passageiro ultrapassado conseguir apanhar ainda um lugar vago, e não ficar atrás de si enquanto pisa ovos e arruma sacos e saquinhos para só depois se sentar.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Amizades

No domingo mandei uma mensagem a uma amiga a dizer "vou-te dizer uma coisa, mas vamos fingir que eu não te disse essa coisa. Eu vou escrever, tu vais ler. Mas eu nunca disse isso." Escusado será dizer que a mensagem dizia qualquer coisa como "tenho sentido falta do R". 

Ela leu -leu, que eu vi os tracinhos do whatsapp a ficarem azuis - e respondeu. Não me obedeceu, obrigou-me a falar. Fez-me as perguntas, ajudou-me a engavetar as ideias. E a meio do diálogo houve qualquer coisa como esta:



Não podia estar mais certa que ela estaria lá. Tem estado sempre. Felizmente apercebi-me sozinha que seria um erro, de tal forma grande que estaria nos próximos cinco anos - um média pelo tempo que demorou a última vez - a apanhar os cacos. 

No meio da conversa perguntei como seria se a pergunta fosse ao contrário? Claro, que esta questão não se põe com ela. Namora há mil anos com o K e são um casal tão perfeito nas suas imperfeições que é difícil imagina-los com pessoas diferentes. Mas e se fosse outra amiga? Não tenho dúvidas que estaria lá para ela, mas também não tenho dúvidas que a minha reação imediata seria:



Será que acabei de fazer uma resolução de ano novo? "Diminuir a frontalidade e ligar o botão que me faz ter um filtro." Sem dúvida. 

domingo, 4 de janeiro de 2015

Balanços (amorosos) de quatro dias de 2015

Foi no sábado, eu ja estava enrolada na manta a escolhr o filme para ver. Ligaste-me, estavas a sair do jornal ainda não tinhas jantado e querias companhia. A medo aceitei o convite. "Vou só a casa pousar o computador buscar o carro e apanho-te". Este tempo, este tempo desta viagem que fizeste, que não durou mais de 30minutos deu-me para pensar em tudo. Mas principalmente para perguntar "o que é que estou a fazer?"

Fiquei, instantaneamente, com algum medo. Não medo de ti, de mim. Não posso fingir que não há química entre nós, não posso fingir que te acho... Nem sei bem o que te acho. Mas também não posso fingir, como faço todos os dias, que não flirtamos naquela noite, já embalados pelo álcool,forçosamente  juntos num taxi vazio. 

Nunca se passou nada, nunca se vai passar nada. Fingimos os dois que não estamos interessados, que somos só dois colegas que se dão bem, vamos fingindo porque é a única maneira de nos permitirmos estar juntos. 

O ano tem 4 dias e já começou cheio de incertezas, eu e o D não dá mais. Para bem da nossa amizade, acabou como tinha que acabar: em bem, sem rupturas. A memória do R tem-me acordado todos os dias, e a confusão começa no ponto de partida.

Ao quarto dia do ano o balanço é: confusão e incerteza.

O café correu bem, tu jantaste, eu acompanhei-te numa garrafa de vinho. Falamos de trabalho, de amigos, de inimigos, política, economia, desporto. Não falamos de nós. Não poderíamos falar de uma coisa que fingimos não existir. E que não pode nunca existir.