domingo, 31 de maio de 2015

Insónias #3

Verão 2015 estou a caminho #5

Até está a correr bem, mas é melhor fazer isto de forma consciente. Que é como quem diz afinal verão de 2016 estou a caminho.


Isto é tudo mais ao menos verdade, vá 50% verdade. Ok, do que a menina da imagem disse eu também ando rabugenta.

Oh pra mim versão Bobone dos transportes públicos #4

Minha senhora sou toda pelo women power, sou toda pela emancipação da mulher. Talvez por não ter filhos não compreendo muito essa discussão do "amamentar em público ou não". - Na minha modesta opinião é sempre melhor manter as maminhas tapadas, seja para alimentar uma criança, seja para apanhar um bocadinho de sol na caparica. - Mas longe de mim olhar de lado ou condenar uma mulher que o escolha fazer. 

Agora por favor não o faça no 767 da carris. Pprimeiro porque não é muito higiénico, confie em mim que há coisas que vi lá que já não consigo apagar da memória. Segundo, PORQUE A "CRIANÇA" A QUEM DAVA DE MAMAR JÁ TINHA PARA AÍ TRÊS ANOS. 

Conselho desta jovem que está longe (espera-se) da maternidade, se o seu rebento já tem idade para dizer que tem fome se calhar devia considerar em vez de tirar as mamas do sutien, tirar umas bolachas da mochila. 

Agradecida.

É uma revolução? Não, são só os primos N juntos


Adoro rituais, fazem-nos sentir com os pés bem assentes na terra, através deles conseguimos dar uma ordem à nossa vida, aproximar-nos dos que gostamos sem sequer nos apercebermos disso. Adoro rituais com amigos, com a família, com os colegas de trabalho. O café e o cigarro com o colega todas as manhãs, o jantar de sábado com os amigos, mas como já disse várias vezes adoro a minha família e os rituais que fomos criando ao longo dos anos. 

Houve uns que herdamos dos bisavós, outros foram incutidos pelos avós e ainda há aqueles que roubamos aos pais. Mas os melhores deles todos, são aqueles que, nós, os primos fomos criando à medida que fomos crescendo. Nesses insere-se o jantar mensal de primos e, por exemplo, o churrasco de abertura do verão.

Foi aquele segundo que aconteceu hoje, mais uma vez não conseguimos estar todos presentes, mais uma vez fizeram falta os que não vieram e por isso não largamos o telemóvel para lhes mandar fotografias de maneira a //fazer-lhes inveja// fazê-los sentirem-se no meio de nós. 

Não sei como são as relações das outras famílias, sempre me custou perceber como há famílias que se dão mal. Mas nunca percebi aqueles primos que estão juntos no Natal e pouco mais, que nem sabem quando um se casa, ou quando o outro vai ser pai. Na minha família não há disso, nós os primos somos só uma espécie de irmãos cujos pais escolherem separar de casas porque a algazarra era demasiada. Nós também nos zangamos, também dizemos coisas uns aos outros que não devemos, mas não me lembro de termos ficado chateados mais do que 24horas. 

(Mesmo que haja no meio de nós um outro que ache estar chateado, todos sabemos que na realidade não está, que na realidade só está a fugir a uma conversa e a ter uma luta de galos com ele próprio - mas isto é uma conversa para outra altura.)

Hoje foi mais um churrasco de primos, hoje foi mais um dia em dissemos "olha eu gosto muito de ti mas se contínuas a fazer sinto-me obrigada a espetar-te com uma cadeira na cara." Porque nós somos assim, uma honestidade crua, uns ao pé dos outros ficamos sem camadas. Somos nós, nus das personalidades que a vida nos foi obrigando a vestir. Crescemos juntos, sabemos como somos em situações limite, aliás em todo o tipo de situações. 

Hoje, como sempre, houve espaço para tudo, gargalhadas, aquilo a que hoje se chama bullying, confissões e trocas de conselhos, muitos conselhos. Pedimos ajuda uns aos outros para tanta coisa, que já não sabemos confiar desta forma em mais ninguém.

O texto começa a dizer que não somos primos, somos melhores amigos. Mas eu não acho que possa ser isso, acho que somos mesmo primos. Ligo muito às palavras e aos sentimentos e memórias que imprimo em cada uma delas. Para mim ser-se primo é único, não tem tradução. É como a "saudade" para os estrangeiros, até podemos explicar mas só um português é que sabe o que é verdadeiramente. 

sexta-feira, 15 de maio de 2015

terça-feira, 12 de maio de 2015

Insónias no coma

São horas, isso consigo eu ver. É a única coisa que consigo ver, uma vida movida por um relógio, não por compromissos não pela vida, por um relógio. Por dois ponteiros que indicam que não posso dormir mais, embora continue a fazê-lo, embora o esteja a fazer há 4 meses tenho que convencer -quem não sei- de que não o estou a fazer. Era de manhã e o despertador tocou, e eu tive que me levantar. Levantei-me porque o relógio assim mandou, a sensação era de que tinha acabado de me deitar. Parecia que apenas cinco minutos tinham passado desde que tinha visto as horas, "meia-noite", o relógio mandava-me ir para a cama. Dormir, ou pelo menos deixar de fingir que estava acordada. À uma as imagens da televisão já se confundiam com o sonho, às três fingia que dormia quando estava acordada, às quatro tentar trocar as voltas ao sono: pés para a cabeça, cabeça para os pés. Já não tenho certezas de nada, quando finjo que durmo mandam-me acordar. Acordada estou a dormir. Habituei-me a viver numa apatia, a fingir que não sou eu, a fingir que sou. Durmo acordada, já não sei sonhar a dormir.