domingo, 28 de junho de 2015

Impulsos

Não consigo dormir. Voltas na cama, podcasts, tedx Portugal, nada resulta. Estou ansiosa, pode ser do exagero nas bebidas na noite de sábado, pode ser da tese que tem que ser entregue, pode ser por tanta coisa e no fundo não é por nada disto. Nem eu sabia porque era, acabei de descobrir. Como por impulso escrevi o seu nome no YouTube e fui ver uma das muitas homenagens que lhe quando morreu aos 43 anos.

Lembrei-me de si, vi a sucessão de fotografias e fiquei mais calma. Ouvi os elogios e comecei a sentir o sono a chegar. Foi por esta altura, pouco depois dos seus anos, que estão a chegar, foi por esta altura. A sua morte é ainda hoje das coisas mais mal resolvidas na minha vida. Eu que gostava tanto de ti. Eu que desde pequena tinha tanto orgulho nos mails que mandava, do trabalho, sem perceber que trabalho era essa.

Eu que brinquei com a barbie que me deu até perder o cabelo, a cabeça, até passar a ser um bocado de plástico. Eu que durante os dias me cruzo com pessoas e penso que felizes teriam elas ficado se se tivessem cruzado consigo. Esta empresa que ias ter tanto prazer a ajudar a tornar grande, este problema que não ia cruzar os braços até estar resolvido. E eu? E nós que nos dávamos tão bem. É hoje que é véspera de segunda e eu não consigo dormir porque penso em si. Na falta que me faz. Quero saber se ias estar orgulhoso de mim, se ias falar com os meus chefes sobre mim. Se as coisas teriam sido diferentes se há 7 anos não tivéssemos acordado com a notícia. 
 
Não nos despedimos no fim da refeição, mas desta vez partiste logo.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Irritações #3

Pessoas que publicam fotografias de pulseiras de hospital nas redes sociais. Primeiro pelo ato em si, depois porque há sempre um idiota que cai no engodo dos viciados em atenção e pergunta "o que aconteceu?". E que normalmente lê a resposta "foi só um susto. Estou pronta para outra."
 Se não dizes o que aconteceu, porquê a fotografia?