quarta-feira, 23 de setembro de 2015

High on life

Sobe-se a encosta, às vezes de lado para passar um carro, para escapar das chamas do churrasco ou para escondermos as pernas despidas de um muçulmano. A meio do caminho começamos a arfar, os pulmões vão acusando os cigarros, as pernas a falta de exercício, a cabeça vai vazia. Por ruas e ruelas pelo choque das culturas, pela mistura do tradicional com o moderno, pela confusão entre o antigo e o abandonado com o novo e o recuperado. 

Quando estamos quase a suplicar a uma força superior para nos levar viramos à direita e chega-se. Chega-se lá. Là em baixo a cidade que ficou para trás cheia de história, de confusão mas também com o trabalho e os problemas. Cá em cima só a paz. É só paz que se sente.

10 metros chega-se lá. Lá, o sítio onde a minha vida entra em pausa, onde respiro de pulmões livres e coração limpo de problemas. É lá, com pouca gente, gente que não faz perguntas e que não quer saber. É lá que há a minha vista preferida da cidade, lá é o sítio onde vou ressuscitar quando estou a morrer, é lá que a vista me enche a alma. 

Lá em cima, fico high, high on life. É das coisas mais pirosas que disse, mas das mais verdadeiras também.

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