quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Momento Fútil do dia #3

Consigo aguentar sem arranjar as sobrancelhas até ir fazer o laser ou é melhor marcar antes?

Porque escrever 5 artigos e acabar uma tese não é o mais importante do meu dia

Welcome to my livre

Há dias em que há uma vontade compulsiva de escrever, de escrever qualquer coisa o que quer que seja. Normalmente nesses dias não temos vontade de escrever nada do que é suposto escrever 

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Não me quero despedir com medo de uma metralhadora

Não consigo escrever sobre outra coisa. O assunto não cansa, é o assunto. Paris, Paris, paris. Quantas vezes tivermos de repetir, quantas vezes tivermos de encher a bouça de Paris, de gritar Paris, de rezar por Paris. Não é demais, nunca é demais. Demasiado é o que temos aguentado sem retaliação. Na sexta estava numa exposição em Belém, eu e dois amigos. Fui. Ligaram-me, sai de casa e fui. Não liguei aos meus pais a dizer onde ia, como nunca faço. É descer Lisboa, antes da uma estaria em casa. Quantos não terão feito isto na sexta feira em Paris? Sair de casa para um concerto, para jantar sem ligar aos pais, aos irmãos, aos avós, aos tios e amigos. Sem antes lhes ligar a dizer que os amamos, que não os queremos perder por nada, que não nos queremos separar nunca. Hoje tomei o pequeno almoço com o meu pai, depois vi-o a ir, a andar descontraído. Enquanto eu tentava acalmar o pensamento: é esta a última vez que o vejo? A minha mãe ligou-me ontem,d desligou o telefone com pressa porque tinha outra chamada. Ligou-me a seguir só para se despedir. Não quero passar a viver com medo da despedida, não quero.

Levaram-nos tudo

Quis o destino que três dias depois dos violentos ataques em Paris se celebrasse a tolerância. Celebrar é um exagero, é algo que vamos ter que reaprender a fazer. Mas vamos fazê-lo, ninguém nos tira essa força, nenhum terrorista vai conseguir impedir que celebremos a vida. Vida, conceito que nenhum facínora conhece: respiram, movem-se mas estão mortos. Estão mortos de tal forma, com cérebros em putrefação, que querem matar tudo e todos os que encontram. Tudo. Sim, os radicais não matam só pessoas, matam coisas. Matam aos poucos o prazer da liberdade, esta sexta feira mataram o prazer de sair com um amigo, de dizer até já aqueles que gostamos, inundaram o prazer de viver com medo. Não queremos ter medo, não podemos ter medo. É assim que eles vencem. Temos medo de ter medo, de mostrar medo, de lhes mostrar que estão a conseguir, que aos poucos estão a contaminar o dia-a-dia. Não me morreu ninguém em França, mas eu morri muito. Morreu uma parte de mim que acredita estar segura neste lado da Europa, morreu a certeza de que em Portugal estou segura, a certeza de quando tudo falhar pelo menos vou ter as sextas à noite para esquecer. Que pelo menos não morra a minha tolerância, que a partir de agora não passe a olhar para um árabe como quem olha para uma fila de crimonosos numa esquadra da polícia. 

sábado, 14 de novembro de 2015

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Deixo-te em casa miuda

Começou há uns dias com a possibilidade de te ver, depois continuou com o gosto que puseste na minha partilha. E hoje atingiu-me como um meteoro quando disseste "deixo-te em casa". E deixaste, e conversamos e a cada palavra que dizias eu sonhava com outras. 

Já estou em casa e tu continuaste para a tua, antes disseste "vamos combinando coisas miuda" e eu disse um "claro que sim" entusiasmado. Mal sabes tu a vontade que eu tenho de combinar coisas contigo, de te ver, de te mostrar que não sou a amuada, ensonada e mal disposta que tu te habituaste a conhecer.

Agora em minha casa deambulam fantasias de que tu um dia também poderás estar aqui. Mas não, estás na tua casa e provavelmente já nem te lembras que a festa que me deste nas costas me fez tremer.